18 novembro, 2008

É dia de pôr tudo à venda. Carregamos em caixas de papelão alguns bons sonhos de dias q logo ali se perderam. Pôr tudo à venda ? não há feira de jardim, não há mesmo jardim pra se colocar, amontoamos as caixas na beirada da calçada. outras pomos nas pontas dos pés na porta lá do alto.
E as caixa vão ficando lá, ora guardadas, ora sem nada, e a chuva a lhe cair por cima.
Os dias meio escuros, e a gente a se perguntar o q há de vir.
A gente sempre a se perguntar, e nunca a entender...
quando q o dia clareia pra a gente se reencontrar?

Limpar os móveis, os dias, os séculos guardados nos cantos. Limpar as frestas e cantos de felicidade e derramar um gole de alegria no fim da garrafa..olhar a descer o espesso líquido ralo abaixo, rodando, rodando e prendendo nas voltas da pia.
um dia ameaça começar de novo, e o trem já está pra sair.

08 outubro, 2008

Eu corri em meio à rua e às calçadas, e todas pareciam moles e difíceis de galgar, como subidas íngremes e constantes. eu dosei o álcool, e colhi as flores, coloquei-as em um vaso emoldurado de lilases e vermelhos...
o mundo ficou diferente, um pouco mais palpável, eu me quis mais confiante, mais alegre, e eu cri, em nós, no pra sempre, no amanhã, com a segurança absurda dos que amam e muito.
Como eu te quis, desde muito tempo, e como ainda quero à nós, caminhando de mão dada.
e uma casa, construída, por mim, por você. pra eu chegar no fim do dia e me sentir em casa.
pra eu querer chegar em casa
e deitar no seu colo, ler um livro, e dormir.
Eu sonhei tanto, e de fato acho q não foi por pouco!..
eu ainda vejo porquê, eu ainda tenho tanto querer, será muito estúpido, ou muito bobo?
sonhar e querer tanto alguém que por tanto não esteve lá?
eu não sei, mas acho q não, pois nunca tudo fez tanto sentido quanto estive em seus braços.

19 setembro, 2008

Oder Nicht Oder Doch:::::MIA

So geht's nicht weiter, ist es doch grade schön.
Ich geh zu spät schlafen um zu früh aufzustehen - viel zu früh.
Mir ist schon ganz schwindlig, weil mich alles um uns dreht.
Wie soll ich sagen - jede Hilfe längst zu spät.

Oje, mein Telefon klingelt, was für ein Tag.
Ich denk andauernd an dich.
Möglicherweise stehen wir heut nacht im Dunkeln.
Was dann wohl möglich ist?

Ein Sturm hat alles weggefegt,
ich weiß nur nicht zu sagen,
will ich weiter?
Das Für und Wider blendet mich,
spring ich ins kalte Wasser oder nicht oder doch?
Und du machst weiter.

Eine Handbewegung, Haut weiss wie Mondenstein.
Nichts ist nur Hülle, bitte komm nochmal so dicht.

Ich muss noch Emails checken, was ist heut für ein Tag?
In mir reiben sich tausend Sachen.
Möglicherweise erzählst du schon deinen Freunden,
was dann wohl möglich ist.

Dein Sturm hat alles weggefegt.
Ich werds dir einfach sagen:
Ich will weiter.
Wir haben ein ganz komisches Talent,
warten auf den richtigen Moment. Oh, tun wir doch.
Komm lass uns weiter.

Oder nicht (weiter)
oder doch (weiter, weiter)
oder nichtoder doch...

Unsere Hände suchen heimlich ihren Weg
wie schon seit ein paar Tagen.
Heut woll'n sie weiter.
Finden wir heraus, was moglich ist.
Bleib ein hoffnungsloser Optimist. Aber doch.
Komm lass uns weiter.

Dein Sturm hat alles weggefegt.
Ich werds es einfach wagen:
Ich will weiter.
Das Für und Wider endet nicht,spring ins kalte Wasser, trau mich nicht, trau mich doch.
Komm lass uns weiter.

03 setembro, 2008

Nossa vida toda é mesmo uma coisa frágil. Uma ou outra base mais sólida e já queremos um castelo de idéias e projetos. Mas os castelos não são mais q poeira e areia de sonho:desmoronam antes mesmo da gente acordar.Faz-se então minha vida de momentos, mais ou menos curtos, guardados em caixinhas amarradas com barbante; pois veja, embaixo do castelo há um porão, de vigas de mármore e marfim, onde cabem muitas caixas. Acima do porão uma sala permanece, alheia aos abalos do volúvel castelo, com suas paredes manchadas e cortinas rotas em janelas nem sempre ensolaradas.Dela ocupa-se meu coração.As pessoas são tudo de mais saboroso e perturbador que compõe a insólita construção; são os corredores gelados, os ruídos noturnos, a aconchegante sala com o piano no canto, a poltrona vermelha na beirada da cama, a luz pálida sobre as páginas de um livro.Então o que pensar quando num impulso um pouco mais forte, o balanço te joga sobre uma pilha de folhas secas?Você ri e de repente o ralado no cotovelo dói demais.Eu não procuro as pessoas, eu as encontro. Então me parece fácil não questionar tanto nossas diferenças porque não há menos que todo o sentido em sua presença em minha vida. Pessoas não cabem em caixas. Algumas poucas aceitam morar na sala do coração- suas paredes não parecem confiáveis- mas no centro habita um calor inexplicavelmente constante. e esse é o maior conforto de que podem desfrutar seus habitantes.Não sei bem se são as feridas ou desilusões ou a tristeza q vamos guardando no peito q vai ruindo alicerce por alicerce. Mas um dia tudo desaba num instante, e não há consolo o bastante sob a camada densa de poeira...As luzes apagam e o quarto fica muito vazio e insuportavelmente grande e iluminado. E você não acorda.

27 agosto, 2008

Não, eu não quero saber de toda a razão, da lógica, do precipício e precipício q existe entre nós...
Não, porque não faz sentido algum se a gente acorda sem vontade de levantar...e não há porque se não for ouvir tua voz do outro lado do telefone, não há mesmo pq atender...
Todas as palavras, e os sorrisos e todo o sonho e o futuro, eu guardei pra você, pro dia seguinte, pro nosso dia q sempre vinha depois de mais um e outro...
É errado acreditar na verdade toda dos seus olhos? e esperar ansiosamente apenas por um sorriso?
é demais como esse sorriso me afeta?
não me valhe de nada uma manhã nova em que não vou te encontrar, nem um dia bem feito se não for te contar quando ele acabar....
Ontem quis te falar de uma bobagem qualquer, e vc não estava...e vc foi embora, e eu fiquei sozinha de novo. e o dia não acabava nunca.

02 julho, 2008

Nas pessoas mora todo meu desespero, e toda minha esperança. e surpresa e tanta coisa fascinante pra se conhecer.
Muito às vezes quase nunca, surge alguém q torna seu dia especial, algumas pessoas são mágicas, mesmo e nem sabem. não tem noção do poder transformador e muitas vezes restaurador das palavras que dizem.
A gente chega num estado, se deixa levar pelo hábito de se relacionar de determinada maneira, e vai se misturando com aquilo e nem percebe que vai se perdendo, perdendo seu jeito não de sentir, mas viver, se expressar. perdemos a motivação da resposta.
Nova determinação, voltar a falar?? vamos lá, eu sei que já soube, nunca da mesma maneira espontânea que escrever, mas posso adquirir um bom hábito...motivação que não falta.

Como que pode?
um sentimento nascer e ir crescendo e tomando nossos dias e ocupando toda uma alegria tão grande, difícil mesmo de explicar.
como a gente se apaixona e muito e todo dia mais...e não tem medo?
Quero mesmo fazer tão feliz como me faz, e rir e sempre estar, precisando ou não.

21 junho, 2008

Eu poderia falar de tudo, do absurdo, da surpresa, da esperança de um dia...das primaveras q foram frias, da tristeza, sobre cair e decepcionar...
mas um dia a gente acorda e não tem palavra que basta
pra falar da alegria de acordar
e saber que tem companhia
pra muito mais que um dia.
E se sorrir fosse medida, muito cresceu minha vida
e soube ainda sem perceber
que de volta tinha toda a vida que parecia se perder...

Do outro lado esperam muitas esquinas, espreitam muitas caretas,
e então, vê-se que faz-se certeza nossa razão, nosso momento,
o que é nosso e a gente cuida e guarda, tão espontaneiamente,
tão presente se faz você
e tão necessário esse te ver,
que te querendo por perto, já te tenho
sem saber, sem merecer
talvez.

Eu te busco
no pequeno momento que ocupa todo o meu dia
mais contente.

05 junho, 2008

É bem mais q podemos adivinhar, é tudo q não previmos, que fingimos, q queríamos ver...
é tudo tão melhor quando é verdade,
e tudo mais bonito quando a gente acorda com vontade de sorrir.

e nada me preocupa, nem passar da hora
nem perder o ônibus,
eu vou rindo e lembrando.
toda nossa vida tão bonita
num instante bem pequeno
que não acaba.

28 maio, 2008

Tarde pequena de dia qualquer
fim ou começo de tarde que voa
passa quando andamos assim
como quem não tem pressa no
pequeno momento de começo de tarde.

E ficando assim de instante
é do seu lado que quero voltar.
Vendo o céu mais escuro
sem pretenso futuro e
nem o que já foi que passou.

Se pudesse,
voltava de novo só pra mais um abraço.

21 maio, 2008

Quando a gente caminha e tilinta a calçada
é alegria é saudade
e meu peito tão cheio de si
tão cheio de acreditar e poder
quero de novo toda a paisagem dos que sabem
q o que é muito bom
pode mesmo acontecer
quando você chegar
quando a gente andar por aí numa tarde qualquer


vamos voltar a sonhar.

20 maio, 2008

Se você vier me perguntar por onde andei
no tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo eu me desesperava

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português

Tenho 25 anos de sonho, de sangue
de América do Sul
Por força deste destino
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero é que esse canto torto feito faca
Corte a carne de vocês

..................:::::::::::::::::::::À Palo Seco::::Belchior::::::::::
É verdade? é verdade?
vivemos de nossa infinita auto-piedade em retratos 3x4, por onde buscamos saída se é disso q nos alimentamos, se é isso que buscamos todo dia?
é verdade? dessa vez há de ser.
dessa vez hei de encontrar infinita verdade e não sofrer.
é este meu coração? o que acontece, onde ele se esconde quando você está pra chegar?
é bobagem, mas e se parece não passar?
se eu me acostumar assim a ter você por perto há de doer mais ainda a saudade que já levo de ti.
quero a dor, quero a mais difícil saudade se for pra de novo de encontrar.
quero teu sorriso, tua voz, e minha risada misturada à tua.
e andarmos juntos na calçada, com a tarde caindo por trás.
Carrego meu coração
numa sacola
mundo sólido
mundo sórdido
desmundo dos q carregam ocultos seus frágeis corações
corações de papel reciclável
de juto de cinza
de infinita vontade de fugir do mundo.
Na esquina há um pássaro
que fugiu
há um caco,
toda a vontade de mudar,
de novo.
Há um rastro do que foi passado
do que foi passando
do que teimamos,
de novo.
E meus sonhos
e os pontos que caíram no caminho
e gastaram nosso fôlego
e geraram nossa mágoa,
e fomos enfim,
passados por pássaros em
sacolas de plástico.

16 maio, 2008

Quando eu chegar novamente

depois de muitos dias e dias e noites

e nosso coração tão sólido for todo mudança

há de ouvir uma vez o que fora canção.

Hão de saber que nossa verdade é tão clara quanto

poeira dos dias mal acabados

e tão sincera e forte quanto tudo o que

houve apenas em nossas cabeças.

Pendem sobre nossas cabeças

todos os pesos e dias e dúvidas

de manhã de segunda-feira.

e isso é mais difícil que correr

quando o dia acaba

e não saber o que há pra lá

da esquina que cerca nossa casa.

Quando baterem e

não souber como responder por você

e numa distância de quadras, bairros

se perder nosso coração

eu vou correr, ainda muito em vão,

querendo te encontrar.

Talvez fiquem assim escassos

nossos carinhos

e se percam nossos dedos na lembrança

de braços dados,

dados os sonhos da noite não acabar.



12 maio, 2008

Cá carrego toda minha vontade de viver
meus medos e os encargos por sofrer.
Cá está no escuro uma simples passagem
do que poderia acontecer.
Esperando pra ver alguém chegar
e saber que tudo muito parecido
pode ser totalmente diferente.
E o dia começando pode ser
que mude assim
sua vida muito
parecidamente
com os dias seguintes.
E quando acordar pode ser
de você lembrar de alguém
que parecia não importar
e ver que tudo mudou.


Os dias estão frios, corridos e parcialmente sofríveis...
Mas faz tempo que eu não rio tanto, e que um tempão pode parecer muito pouco pra gente conversar. Perdi muito tempo em achar e acreditar, e ter infinita paciência com o q já não vale a pena. Cansei de me apiedar do que não é tão sério e de me preocupar com quem não se preocupa como deve consigo mesmo.
Eu sei que deveria pensar mais antes de sentir, e que tudo se complica quando você não sabe mentir....mas toda a mentira do mundo há de ser suficiente pra distrair a quem interesse minha vida.
Enquanto, antes ainda de qualquer resposta, eu procuro achar minhas próprias perguntas, vou andando, ouvindo e pensando. mesmo o que não se deve há de fazer sentido quando a tarde acaba.

08 maio, 2008

Correm dois braços, fazendo ecoar a calçada, o fim de tarde, a passagem, o verso que correu sem um fim preciso. No começo da noite podemos moldar um abraço, podemos fingir um acaso, ou sentar, por ter com quem esperar mais um pouco.
A partir de ontem é tudo culpa do inverno (ainda que ele de fato não tenha chegado)
a musculatura que trava, o gélido de nossas mãos, a insuportável vontade de hibernar enquanto 3 meses correm lá fora.
despracavidamente como de constante costume, corro pra me acostumar com meus próprios sentimentos. porque de habitué surgem cinco ou seis por segundo, coisas muito misturadas e minha cabeça geralmente não dá conta de administrá-los todos.
Cotidianamente surgiram boas coisas pra eu pensar e passar ainda que pequenos intervalos.
foram muito bons alguns dos últimos dias

precipitada por natureza eu sonho muito por muito pouco....eu fujo descaradamente do constrangimento, mas me abalo pelo gosto de uma companhia muito boa de repente. eu saboreio coincidências, e fico esperando a surpresa do amanhecer. os amanheceres são iguais e constantes, os dias são longos, e algumas tardes incrivelmente divertidas.
guardo pequenos sonhos em dias parecidos e rio das guinadas de um começo de noite.
como eu gosto de gostar de encontrar alguém. eu não espero o telefone, mas espero pra falar por horas e horas e horas...



Sexo verbal não faz meu estilo
Palavras são erros, e os erros são seus
Não quero lembrar que eu erro também
Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também
Eu sei
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas
A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e histórias
Somos pássaro novo longe do ninho
Eu sei

...........................::::::::::Eu Sei.::::::::Renato Russo

07 maio, 2008

algumas pessoas te surpreendem por já estarem ali há tempos e vc não ter dado atenção.
que coisa loca isso de a gente conhecer alguém q já conhecia??
pois é, às vezes só precisamos nos dispor à companhia pra conseguir uma muito boa.
ando alegre por esses dias e isso eh bom, e gosto muito quando tenho certeza das minhas escolhas e do presente, e do q tô afim de buscar enfim esses clichês bons de viver...
boa companhia pra dias frios, pra rir e beber chocolate quente...
caminha meu coração por avenidas vazias
de soluço em tropeço
caio sempre na contramão.

a abandonar lembranças ocas se enche
meu coração do inverno
do tédio
da contínua passagem inconstante de minuto em minuto.

caindo constantemente na mesma armadilha
vagando pelo mesmo corredor
observo meu hálito no vidro do carro.

e alimento
a vontade ainda inacabada de sofrer
pra me sentir assim mais próxima
de alguma verdade.

05 maio, 2008

Em dias muito corridos, a falta de fôlego disfarça a fúria, esconde o medo, precede o asco.

não vivemos o bastante para aprender a não sofrer.

sofrer é uma condição intrisecamente humana
devaneiadamente apaixonada
obrigatoriamente presente

Eu corro mais
nos dias de maior saudade

14 abril, 2008

Na última vez q estive em casa, terminaram de vez com boa parte do cenário da minha infância. Derrubaram árvores não centenárias, mas bastante centenárias pra mim, e eu percebi quão fácil é derrubar uma árvore com uma motoserra, o som assombroso de nenhuma resistência, a árvore apenas cai. e então em meia tarde não havia nada do que eu via quando era criança. como são frágeis nossas lembranças. que tolice, limpar de vida todo um terreno para enfiar duas casas frias de corredores de piso frio sem quintal no lugar.

Saudade imensa no meu peito. de amigos, de lugares, da minha casa, de ter paz, de acreditar em coisas q desmoronaram.

03 abril, 2008

Parada de instante na calçada
não te espero.
Sei que podes passar
Mas aguardo pacientemente
pela sua ausência.
Olha,
que eu mesma armei
minha desgraça.
Nem sei bem quando passas,
mas espero,
pra não te ver passar.

Guardo,
como vinil manchado
de bolores
um amor maior que o mundo
(que bem guardado,
veja,
num peito vazio
não dói!)
estampado no sorriso
quando acordas.

Em minhas mãos,
a textura de seu corpo sob o meu
o úmido de sua testa,
um pouco do teu cabelo,
o hálito de ânsia,
tudo que você não prometeu.

E o nosso riso,
por bem mais que gosto,
bem mais que gozo,
refletindo na janela do quarto.

01 abril, 2008

Quando foi que tudo ficou tão complicado?!??


Éramos bem mais simples:
tinhámos amigos, amores
evitávamos nossos inimigos na esperança do não-conflito.
Bebíamos, ríamos, dançávamos
e no outro dia havia a manhã.
Quando foi que perdemos a vontade de amanhecer?
Hoje o sol escuro deixou vestígio de passagem, num azul, como branco escarlate. Havia paz quando havíamos nós voltado, mas a estrada partia-se numa sombra.
Não sei no que acredito, nem onde vão meus olhos quando o quarto escurece. Hoje o dia é muita sombra e não há riso nem espera; não há mesmo pelo que esperar.
não há quem parta, não há quem chegue, nem eu mesma sei quando vou voltar.
A convicção que havia se perdeu com a mudança dos sonhos. De sonho moldei minha estrela, um sol muito pálido pra gente brincar. Mas sem brilho, esqueci de sonhar.


Quando perdi coração de estrela, meu corpo partiu-se em dois. Duas existências avessas ao convívio fizeram-se francamente habitar. De um lado, infalível racionalidade da manhã. Do outro, sorriso de poeta. Por muita procura perderam-se os homens. Minha vida, estrada alvoroçada, espírito de avenida. De paixão e pouca fé construí um palácio pouco habitado. Eram mais que rosas nas janela - eram rostos entrecortados e no grande salão, um rei muito pálido. Nos corredores, tropeçávamos em sonhos, alguns despedaçaram-se. Nossa alma, azul de cobre, se fazia amargurar-se.
De muita paixão, vendavámos os olhos. Havia doçura na paisagem que escurecia. Eu passeava na neblina e ria. Acolhi de passagem poema de imagens distantes. Entrelaçados braços no espaço, o coração palpitava. Fizemo-nos nus de corações amordaçados e guardamos, em segredo, nossa paixão de madrugada gelada, grama molhada e um vento daqueles das grandes mudanças. por fim, adormecemos.

1º de Abril

Poetas loucos
bêbados, trôpegos
Poetas poucos
Avança teu passo na noite prateada
Cinzas de escura manhã
que nasce
tão pouco.
Pouca manhã
de poetas ao gosto
de poucos
vivemos no instante
sem dia seguinte
Ouvimos escuro
e cantamos pedra fria
A calçada vazia.
Se eu corro,
se gritas,
onde escapo?
o que fitas?
Ilusão,
faz de mim companhia
e logo vomitas
tudo que passou
de súbito tilinta.
Meu abraço vazio
Seu corpo tão frio
1º de abril.

27 março, 2008

Mad World::::::Gary Jules

All around me are familiar faces,
worn out places,
worn out faces;

Bright and early for the daily races
,going nowhere,
going nowhere;
The tears are fillig up their glasses,
no expression,
no expression;

Hide my head,
I wonna drown my sorrow,
no tomorrow,
no tomorrow;

And I find it kind of funny,
' find it kind of sad,
the dreams in which I'm dying are the best I 've ever had;
I find it hard to tell you;I
find hard to take;
When people running circles its a very, very - mad world;

Children waiting for the day they feel good;
Happy birthday,
happy birthday;
And I feel the way that every child should,
sit and listen,
sit and listen;

Went to school and I was very nervous;
No one knew me,
no one knew me;
Hello teacher tell me what's my lesson,
He looked right through me,
'looked right through me;

And I find it kind of funny,'
find it kind of sad,
the dreams in which I'm dying are the best I 've ever had;
I find it hard to tell you;
I find hard to take;
When people runnin' circles its a very, very - mad world...

23 março, 2008

Estamos completamente diferentes da semana passada. Mudamos de emprego, mudamos de casa, trocamos a cortina, conseguimos um carro. Arrumamos um caso, pedimos divórcio, partimos um coração, fingimos mudança, continuamos completamente iguais a uma semana antes de tudo acontecer. mentimos pros nossos pais, fingimos um arrebatamento, ligamos prum amigo de madrugada, e ele não estava. Então choramos um monte, ao deslumbrar aquilo no que nos tranformamos independente de nossos ideiais tão concretos. Fingimos arrependimento, fingimos não estar irritados, quebramos um copo, lavamos o sangue, recolhemos os cacos.
Tudo provisoriamente consertado.
Fugimos de casa, não deixamos recado, mudamos de plano, mudamos de cara. Buscamos abraços, buscamos os riscos tão mais divertidos, voltamos de madrugada. e não dizemos onde estivemos e como ficamos, e se estamos melhores ou indiferentemente ao contrário.
Hoje tive saudade, não foi de alguém, não foi do passado. senti falta de mim, pensando e falando. senti falta de como era ano passado, mês passado, dois dias atrás eu era tão melhor. desejei meu coração intacto, e não encontrar meus nervos em frangalhos, desejei de volta aquilo q mais se aproximou de fé que eu já senti.
ou era amor q se chamava? no tempo chamávamos vento, e aquilo mudava tão constantemente, q nosso fascínio aumentava. a cada novo dia havia um novo espaço e a cada novo tempo havia um tempero de passado. mas não era doído esse nosso amor nostálgico desde o início presente, era colorido com todas as cores do outono de Veneza, e era distante de todos como um passeio à lua minguante.
Era mutável nosso sentimento, e era tão parecido sendo diferente a cada dia.
Mas naqueles dias nosso nome era outro, e outro era o nome de nosso povo e todos diferentes se entendiam e podiam ser apaixonados sem medo do q pensariam amanhã.
diferentes eram nossos sonhos e mais valente era nosso espírito.
mas um dia a cidade amanheceu concreto escuro e nossos olhos eram mais triste paisagem.
e em nossos corações havia vácuo de estrelas e secos nossos lábios aprenderam a se calar. nosso espírito enfraqueceu e aprendemos a mentir e sobreviver às segundas-feiras. calamos nossa vontade de mudar e nos acostumamos à rotina de não amar.
nossos desejos se converteram em órbita e nossos anseios se perderam em hábitos.



eu vou seguir mesmo sabendo q vou cair
e vou encontrar quem eu mesmo não esperei.
num pedaço de semana encontrei um verso
e outro dia quis ser poeta.
no mais,
quis a janela aberta.

10 março, 2008

faça silêncio vida
que não se houve mais a passagem do tempo
não se ouve o vôo de nenhum ser de menos de 5 metros de comprimento
e os pássaros reclamam seu filão
na balbúrdia cotiada da avenida