13 março, 2012

Eu tenho um barquinho de papel encima do meu computador essa semana.
(O mar do meu coração afogaria ele num instante.)
Tem um disco encima da mesa há semanas. Eu não preciso do disco, ele já foi passado pra cá há muito tempo, além de ser carregado pra lá e pra cá no meu mp3.
Ainda sim ele continua ali, depois que peguei pra olhar qualquer coisa no encarte.
Provavelmente porque ele me faz acreditar num laço pequeno e quase imaginário, mas que é bom achar que existe. Porque ele tira um pouco a saudade boba, ou torna-a ainda mais sólida, e na dúvida, eu deixo ele lá.
Eu não entendo, nem o disco, nem o barco.
O primeiro foi um empolgamento só, que ficou meio antigo rápido, antes de eu entender direito. Que eu fiz tudo errado, no tempo errado.
O segundo me pegou totalmente de surpresa.
Eu tenho uma cicatriz besta no braço, de quando nada disso era complicado.
Eu queria guardar o barco.
Eu queria não ouvir o disco um milhão de vezes.

Eu não queria ser uma cretininha solitária.

2 comentários:

Guilherme Gama disse...

Eu tinha uma pulseira guardada de um casamento, tipo daquelas coisas baratas da 25. Era um elástico fininho segurando várias bolinhas roxas de plástico e uma florzinha no meio. Guardei-a para lembrar de uma pessoa que estava no casamento comigo, cuja história era muito mais antiga.

Eventualmente eu cansei de ver a pulseira na minha estante e de impulso arrebentei com ela, jogando as bolinhas pelo quarto inteiro. Eu não devia ter feito isso, porque as memórias não vão embora.

::Lonely Billie__ disse...

as cicatrizes ficam sempre, apesar de tudo.
e no fundo, fundo mesmo, isso é bom.
=)