26 dezembro, 2011

estrelas__

Por motivos bem óbvios, eu passo a maior parte do ano sem ver estrelas.
Normalmente quando eu vejo um céu estrelado quer dizer que eu estou realmente em casa, ou bem longe dela.
Quando eu tinha uns nove, dez anos eu tentei mostrar o céu pro Nicolau depois da sua primeira grande fuga, pra que ele pudesse achar sempre o caminho de casa pelas estrelas. O Nicolau era um gato e não deu muita bola pr'aquele papo estranho, e voltou a sumir diversas vezes depois disso. Até uma vez em que não voltou mais. E talvez ainda mais por isso, eu mantive por um bom tempo uma fé infantil de que estrelas podiam traçar teu caminho pra casa.
Eu nunca aprendi direito qual constelação fica pra qual direção e como elas podem ser realmente usadas pra isso, mas tinha um catálogo de nomes, histórias de piratas e desenhos que comprovavam que isso era plausível.

Hoje eu olho pro céu e penso se tal ou tal pessoa está naquele mesmo momento olhando pra ele também.Se podemos ter certeza de alguma coisa, é que todo mundo, em algum lugar, está debaixo do mesmo céu - e isso é, de certa forma, um consolo quando você não bem certeza de como estão.
Quando alguém viaja pra longe, ou começa a fazer muita falta, eu acabo invariavelmente olhando pras estrelas e me perguntando se ele ou ela vai achar o caminho pra casa. Geralmente de um jeito gostoso e mais carente do que deveria, mas algumas com quase o mesmo medo que sentia quando meu gato sumia depois do muro. Sem certeza alguma da resposta. Com um medo danado no coração.
A gente às vezes quer ser a casa de alguém. Que queiram voltar pra gente depois de um caminho longo ou uma viagem cansativa. Que a gente faça uma falta danada pra alguém que uma faz uma falta danada pra gente.
E fica esperando que um dia voltem.
Que apareça alguém que, mesmo indo muito longe, te leve, seja no coração ou na poltrona ao lado.

Eu continuo fazendo pedidos quando, por uma bamba, pego a primeira estrela surgindo no céu.





Um comentário:

Anônimo disse...

"Twilight has become as more praise given how many carries in his bag of glass ridiculous fools.

Every human being wants to be a poet (and every poor devil too), we tested the soul to feel the twilight.

For all that, the twilight has stopped in most outdated, fatigue, like men too much praised.

I do not love her. I hate his betrayal of soft octopus drools the west and eats noble life. I hate the biased eye of domestic thief, when going with my day, I was loyal and wanted to stay on my face, the quiet banter that makes me slide the light that was lying on my knee to my knee, as a great light pod.

I still bitterly stride in the hills of Grenoble, one by one. There are twenty, are more courageous light and, full light, she goes and leaves us with the unfinished work in my hands.

And I am nothing without the loyal days, I have no more than the whole word or place robust. I am no more."

G.M. (15/12/1927)