03 abril, 2008

Parada de instante na calçada
não te espero.
Sei que podes passar
Mas aguardo pacientemente
pela sua ausência.
Olha,
que eu mesma armei
minha desgraça.
Nem sei bem quando passas,
mas espero,
pra não te ver passar.

Guardo,
como vinil manchado
de bolores
um amor maior que o mundo
(que bem guardado,
veja,
num peito vazio
não dói!)
estampado no sorriso
quando acordas.

Em minhas mãos,
a textura de seu corpo sob o meu
o úmido de sua testa,
um pouco do teu cabelo,
o hálito de ânsia,
tudo que você não prometeu.

E o nosso riso,
por bem mais que gosto,
bem mais que gozo,
refletindo na janela do quarto.

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