03 março, 2012

Eu andei olhando uma porção de coisas velhas esses dias.
Começou comigo querendo achar algum dvd vazio pra gravar uma porção de episódios de Parenthood e esvaziar um pouco meu computador travado. Depois porque estava atrás de umas fotos de 2009 com as meninas para usar num release e não havia meio de encontrá-las a não ser checando uma pilha de dvds, entre os quais eu acabei encontrando fotos que tinha esquecido, cheias de saudades e de gostinho de 'bons tempos' e uma e outra gravação pra lá de importante e/ou definitiva.
Um vídeo meu tocando o terceiro do Dragonetti, as gravações pra Academia, pra Campos, prévias, esse monte de coisas, carregadas de auto-crítica, amargor por decisão alheia e amizades perdidas. Sendo como sou, com um misto de saudades diversas e aquela sensação, benigna mas incômoda, de que as coisas melhoraram, de uma forma ou de outra.
O meu grande problema com coisas velhas, especialmente gravações, não é tanto a auto-esculhambação, mas as minhas reformulações críticas. De maneira geral, conforme o tempo passa e eu forçosamente amadureço e aumento minha experiência musical - tocando, tendo aulas e absorvendo as dinâmicas de didática minha e dos outros e coisas assim - eu mudo minha visão sobre as minhas próprias coisas, e sobre como os outros deveriam vê-las ou ter julgado-as quando tiveram que fazê-lo. Quase sempre eu fico mais brava, é claro. De uma maneira diferente, menos fúria e mais razão, que na época do que quer que seja, mas ainda assim, mais brava. De uma maneira mais sólida. Mais profissional, ousaria dizer. Eu pendo a entender mais aquela raiva de professor, sabe? Quando seu professor fica puto por você (não com você, mas com alguma coisa que te fizeram)? Uma coisa assim.
Quanto mais você vê, aprende e convive com pessoas diferentes, experiências diferentes, mais você desentende a intolerância de alguns profissionais. É estranho, porque você tem certeza que eles passaram por aquilo também, e por coisas ainda mais deslumbrantes que você ainda não chegou a passar, e se pergunta como podem ser tão cretinos mesmo assim.
Foram conclusões básicas da semana:
-algumas coisas nunca mudam
-algumas pessoas usam sempre os mesmos truques e, lamentavelmente, sempre tem alguém novo pra cair
-camaradagem e amizade no meio musical podem tornar-se coisas bem nocivas

__maaas, diante de tudo isso, pare e reflita sobre si mesmo, e as últimas muitas mudanças que você sofreu desde que se distanciou dessa cambada.
Sorria, agradeça e vá pra casa estudar.
Você foi salva, dessa e de muitas vezes, por pessoas incríveis.
Você não é mais daquele jeito, nem cai nos velhos truques, e com certeza tem coisas muito melhores e mais malucas e detalhistas pra pensar e trabalhar. Você está salva. E precisa cuidar pra manter-se assim, mas vai ficar bem..

Foi uma semana complicadamente interessante.
De auto-controle pessoal com surtos de carinho e saudade.
De desespero físico com a não compreensão do que se passa com o próprio corpo.
De lugar novo pra tocar e toda uma empolgação (bastante esquecida) com isso.
De rotina nova, de início de auto-disciplina mais que necessária e planos e agendas.
De encarar as próprias limitações e que se está disposto a mudar isso.
__e que, ainda melhor, se está empolgado pra fazê-lo

Sim, eu tenho amigos incríveis. Professores incríveis. Uma sorte tremenda.









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